Requalificação Urbana do eixo Salé-Kénitra (RN 1)

Uma requalificação rodoviária e arquitetónica do espaço urbano.
A RN 1 é a principal estrada de Marrocos. Faz parte do único eixo rodoviário que liga a África do Norte à África Ocidental, ligando Tanger a Guerguera
  • Localização
  • Salé, Marrocos
  • Dono de Obra
  • Agência Urbana de Rabat-Salé
  • Empresa
  • A1V2 – Engenharia Civil e Arquitectura, Lda.
  • Projeto
  • 2012
  • Obra
  • N.a.
  • Custo de construção
  • 412,5 milhões de EUR
  • Concurso
  • 1.º Lugar
  • Dados
  • Extensão RN1: 8 km
    Áreas adjacentes: 110 ha
  • Descrição
  • A proposta para a beneficiação da estrada de Kénitra (RN1) e áreas adjacentes, numa extensão de aproximadamente 8 km, está dividida em cinco zonas de intervenção consecutivas, ao longo das quais se pretendeu realizar uma requalificação rodoviária e arquitetónica do espaço urbano. Cada zona possuía características específicas; como tal, definiram-se diferentes estratégias de abordagem para cada uma delas, procurando a melhoria e a valorização dos seus traços individuais e salvaguardando e preservando a herança local e cultura Na entrada sul da cidade de Salé — zona 1 —, a proposta assentou na potenciação desta vasta área enquanto espaço de transição e entrada/saída de Salé. O mote da intervenção passou pelo aproveitamento da muralha da Medina, devido ao seu simbolismo histórico, e na reestruturação dos jardins adjacentes à mesma, com o objetivo de ordenar os diferentes espaços e portas da Medina, ligando as mais recentes intervenções aí realizadas. Equipámos, ainda, esta zona com uma «pérgula comercial», estabelecendo um polo de atração central.
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  • Na zona 2, suportada nas preexistências, a proposta de integração e valorização urbana passou pelo reconhecimento do valor patrimonial do Aqueduto Sour al-Kouass, bem como da antiga pedreira, no sentido de os monumentalizar, integrando-os num contexto mais abrangente de valorização patrimonial e arquitetónica da região. A proposta de integração e valorização urbana da zona 3 passou pelo reconhecimento do enorme valor sociocultural das pequenas hortas urbanas — as sanyates. Nessa zona, propusemos a criação de uma cintura verde, que permitiu unir vários pontos estratégicos da cidade e, assim, dar origem ao «Parque Hortícola de Salé», constituído por múltiplas sanyates, devidamente reorganizadas e integradas paisagisticamente. Como forma de assegurar uma ligação franca entre os dois principais polos do parque hortícola, propusemos a criação de um conjunto de passagens aéreas, reconhecidas como elementos de arte urbana, que, com o seu desenho harmonioso, garantiam a ligação entre os dois lados da RN1, promovendo uma acessibilidade pedonal reforçada. A par deste parque hortícola e atendendo às preexistências, potenciámos a reorganização do polo industria.
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  • A requalificação da zona 4 passou pelo reforço dos aspetos relacionados com a imagem urbana, incoerente, descontínua e descaracterizada. Este reforço materializou-se no tratamento dos elementos arquitetónicos, urbanos e paisagísticos existentes e na criação de novos elementos qualificadores da via no seu todo. Para isso, estabelecemos um novo polo comercial e um campus desportivo. Por fim, a zona 5 funciona como a entrada/saída norte de Salé. Na abordagem a esta zona, apostámos numa estratégia de valorização do espaço urbano residual existente entre a via-férrea e a estrada de Kénitra. Essa valorização foi alcançada com a criação de um novo jardim público entre os eixos rodoviário e ferroviário, que potenciou este espaço. A estratégia diferenciadora da A1V2 neste projeto partiu da análise de cada zona e da identificação das suas valências específicas, concretizando-se na beneficiação da rodovia e dos espaços urbanos envolventes, que integrou as referências culturais e patrimoniais existentes.
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